Em preparação para sediar a COP-30, maior evento climático do planeta, a cidade de Belém tem tomado medidas significativas para integrar a educação ambiental nas escolas da rede pública. Com um objetivo ambicioso e inovador, mais de 4 mil professores foram capacitados para ensinar o tema a cerca de 500 mil estudantes, de diferentes idades, nas escolas do Pará. Este é o primeiro estado do Brasil a implementar a educação ambiental em todas as etapas de ensino, tornando-se uma disciplina obrigatória para alunos a partir dos 6 anos até o ensino médio.
Essa iniciativa, lançada em 2024, promove semanalmente aulas sobre educação ambiental, nas quais as crianças são introduzidas a conceitos essenciais como sustentabilidade, preservação do meio ambiente e práticas de reutilização de materiais. Um dos exemplos mais inspiradores desse esforço é a reciclagem de lixo eletrônico nas escolas, onde resíduos que antes eram descartados viram componentes para a construção de robôs. Esta prática não só sensibiliza as crianças quanto à importância do descarte correto de resíduos, mas também desenvolve suas habilidades tecnológicas e promove a inclusão, especialmente de alunos com necessidades especiais.
Outro elemento fundamental inserido no currículo escolar é a educação sobre créditos de carbono e o mercado de carbono. Esses conceitos, cada vez mais importantes no contexto global de combate às mudanças climáticas, são agora parte do conteúdo ensinado nas escolas de Belém. Explicar aos alunos o que são créditos de carbono e como eles funcionam no mercado global de compensação de emissões é crucial para formar cidadãos mais conscientes sobre o impacto ambiental de suas ações e o papel das políticas públicas e privadas na mitigação dos efeitos do aquecimento global.
Belém e Créditos de Carbono
Os créditos de carbono representam uma forma concreta de as empresas e governos reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa ao investirem em projetos de reflorestamento, conservação de florestas, energias renováveis e outras iniciativas que promovem a redução de carbono na atmosfera. Ao ensinar esses conceitos desde cedo, as escolas de Belém ajudam a preparar as novas gerações para compreender e, eventualmente, participar ativamente desse mercado, seja como profissionais envolvidos em projetos sustentáveis, seja como consumidores conscientes que compreendem a importância da compensação ambiental.
Para os especialistas envolvidos, a educação ambiental vai além das paredes da sala de aula. Ela precisa ser um processo contínuo, que englobe tanto a aprendizagem formal, dentro da escola, quanto atividades práticas e vivências fora dela. Em uma escola pública de Belém, por exemplo, o quintal se transformou em uma sala de aula ao ar livre, onde há mais de uma década os alunos aprendem sobre sustentabilidade e reaproveitamento de alimentos. Em outro exemplo, técnicas de agrofloresta são ensinadas para que os alunos compreendam o ciclo natural dos recursos orgânicos, incentivando uma visão mais consciente e ativa sobre a conservação ambiental.
Além das práticas com materiais recicláveis e agrofloresta, os estudantes aprendem a cultivar plantas sem o uso de solo e a fazer compostagem de restos de alimentos. Essas atividades são parte de um currículo integrado que visa sensibilizar os alunos para a importância da floresta e do meio ambiente para a vida humana.
Dentro das salas de aula, livros ilustrados e materiais didáticos sobre o meio ambiente ajudam a consolidar esses conceitos, plantando as sementes de uma mentalidade mais ecológica e cidadã. O objetivo central dessa política educacional é aproximar a relação entre o ser humano e os recursos naturais, garantindo que a geração futura esteja melhor preparada para enfrentar os desafios ambientais globais.
Com a proximidade da COP-30, a cidade de Belém se posiciona não apenas como sede do evento, mas também como um exemplo de compromisso com a sustentabilidade e a educação. Ao disseminar o conhecimento ambiental entre crianças e jovens, a capital paraense dá um importante passo para formar cidadãos conscientes e ativos na preservação do planeta, e agora, também na compreensão e participação em mecanismos globais como o mercado de carbono.
Conecte-se conosco:
Comments