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Gustavo Santos

Câmara aprova mercado de carbono e texto vai à sanção presidencial

O mercado de carbono no Brasil acaba de alcançar um marco transformador. A Câmara dos Deputados aprovou, no final da tarde de terça-feira, o aguardado projeto de lei que cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), estabelecendo o primeiro mercado regulado de carbono no país. Esse avanço é muito mais do que um simples movimento legislativo — ele reposiciona o Brasil no cenário global como um dos líderes na luta contra as mudanças climáticas e na busca por uma economia sustentável.


Mas o que realmente significa a criação de um mercado de carbono? E, mais importante, como ele impactará empresas, governos e a sociedade como um todo? Vamos explorar os detalhes desse novo modelo e as oportunidades que ele traz para o futuro.


O mercado de carbono: o que é e por que importa?

O mercado de carbono é, essencialmente, um sistema que monetiza a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Nele, cada crédito de carbono representa uma tonelada de CO₂ que foi retirada ou evitada na atmosfera. Empresas que ultrapassam suas metas de emissões podem comprar esses créditos de organizações que conseguem reduzir ou neutralizar suas próprias emissões, criando um mecanismo econômico para incentivar práticas mais limpas.


Com a regulamentação aprovada, o Brasil passa a operar oficialmente com dois tipos de mercado de carbono:


  1. Mercado voluntário – onde empresas e indivíduos podem adquirir créditos para compensar suas emissões espontaneamente.

  2. Mercado regulado – que será introduzido pelo SBCE, impondo limites obrigatórios de emissões para grandes emissores, como indústrias químicas, siderúrgicas e do setor energético.


Esse sistema não só promove a mitigação das mudanças climáticas como coloca um preço sobre a emissão de carbono, o que, na prática, força setores mais poluentes a repensarem suas estratégias e a adotarem tecnologias mais limpas.


Os pilares do mercado regulado no Brasil

A nova legislação não apenas regulamenta o mercado, mas também traz conceitos e instrumentos inovadores para o país. Dois novos ativos financeiros surgem como base para as negociações no mercado de carbono brasileiro:


  • Cota Brasileira de Emissões (CBE): funciona como uma licença para empresas emitirem até uma tonelada de CO₂.

  • Certificado de Redução ou Remoção Verificada de Emissões (CRVE): representa a redução efetiva de emissões por projetos ambientais e será utilizado para compensação.


Ambos os ativos serão comercializados de forma transparente, com a possibilidade de negociação em bolsas de valores. Isso cria um mercado dinâmico e acessível, permitindo que empresas que poluem além do permitido adquiram permissões adicionais, enquanto aquelas que emitem menos geram receitas extras.

Outro destaque da proposta é o reconhecimento dos direitos de comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas, garantindo a essas populações uma participação significativa nos créditos de carbono gerados em suas terras: 70% para projetos de preservação e 50% para iniciativas de remoção de gases de efeito estufa. Essa medida não só protege essas comunidades, mas também valoriza sua contribuição histórica para a conservação ambiental.


Impactos no setor corporativo: prepare-se para o futuro

Com o mercado regulado, empresas de setores como siderurgia, cimento, indústria química e energia serão diretamente impactadas. Cerca de 4 a 5 mil empresas que emitem mais de 25 mil toneladas de CO₂ por ano terão que se adequar às novas cotas de emissões e, caso ultrapassem os limites, recorrer à compra de créditos ou permissões adicionais.


Nos primeiros dois anos, o foco será a construção de um histórico confiável de emissões. Durante esse período, as empresas deverão reportar suas emissões ao governo para criar uma base de dados sólida. Posteriormente, as cotas de emissão começarão a ser implementadas, com parte delas sendo distribuídas gratuitamente — uma abordagem semelhante à usada na União Europeia para familiarizar o mercado com o novo sistema.


Essa estrutura inicial visa incentivar a transição das empresas para o mercado regulado, garantindo que ele funcione de forma eficiente e sustentável no longo prazo.


Por que esse mercado é tão estratégico?

O mercado de carbono não é apenas uma ferramenta ambiental — ele é um instrumento econômico poderoso. Ao precificar o carbono, ele cria incentivos financeiros para a redução de emissões, direciona investimentos para tecnologias limpas e estimula o desenvolvimento de projetos de preservação ambiental.

Além disso, ele alinha o Brasil às metas do Acordo de Paris, assinado em 2015, que estabelece compromissos globais para conter o aumento da temperatura média da Terra. Com uma economia fortemente baseada no agronegócio e na exploração de recursos naturais, o Brasil agora tem a chance de transformar seus ativos ambientais, como a Amazônia, em uma vantagem competitiva no mercado internacional.


Uma oportunidade sem precedentes

O que está acontecendo no Brasil não é apenas a criação de um novo mercado, mas a inauguração de uma era de sustentabilidade econômica. O mercado de carbono representa um caminho eficiente e inovador para alcançar as metas climáticas globais, enquanto cria oportunidades de negócios e atrai investimentos internacionais.

Empresas de todos os setores precisam estar preparadas para essa nova realidade. A Amazon Connection Carbon (ACC) é uma parceira estratégica para orientar organizações na adaptação a esse cenário em transformação, oferecendo serviços como certificação, verificação de emissões e comercialização de créditos de carbono.


O futuro é agora

A aprovação do mercado de carbono no Brasil marca o início de uma jornada ambiciosa e transformadora. A próxima etapa será a implementação da lei, com todos os desafios e oportunidades que ela traz. Mais do que nunca, empresas, governos e a sociedade precisam estar unidos para que o mercado de carbono se torne um pilar essencial de uma economia sustentável.


O Brasil está pronto para liderar essa mudança global. E você, está preparado para fazer parte dela?


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