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Gustavo Santos

Mercado de Carbono e a Desmistificação do “Greenwashing”

Atualizado: 10 de out.

O Mercado Voluntário de Carbono (MVC) tem ganhado espaço nas discussões sobre sustentabilidade, mas também se tornou alvo de críticas constantes, muitas vezes sendo taxado como "greenwashing". Esse termo, amplamente utilizado, se refere a práticas empresariais que promovem uma imagem ambientalmente responsável sem realmente realizar ações efetivas para combater as mudanças climáticas. No entanto, especialistas apontam que essa visão sobre o MVC está longe de ser a realidade.

 

Diferentemente de mercados regulados, o MVC se caracteriza por ser um ambiente em que a compra de créditos de carbono é voluntária. Ou seja, as empresas que decidem participar não estão cumprindo obrigações impostas por governos, mas sim tomando a iniciativa de contribuir para projetos que visam reduzir, evitar ou remover as emissões de carbono da atmosfera. Essa decisão proativa reflete o compromisso de diversas corporações em investir em um futuro mais sustentável.


 

Críticas ao MVC muitas vezes ignoram o papel crucial que os créditos de carbono desempenham no financiamento de projetos ambientais ao redor do mundo. Iniciativas que buscam preservar florestas, regenerar biomas degradados ou apoiar a transição energética para fontes renováveis dependem diretamente da venda desses créditos. Sem a participação de empresas dispostas a investir nesse mercado, muitos desses projetos não teriam como sair do papel. Portanto, a demanda por créditos de carbono é um motor essencial para a viabilidade financeira de ações de combate ao aquecimento global.

 

Outro ponto que é frequentemente mal interpretado é o impacto real desses créditos. Estudos indicam que os créditos voluntários de carbono compensam menos de 1% das emissões totais das empresas que os compram. Esse dado é fundamental para compreender que o MVC não substitui as ações diretas de descarbonização, mas atua como um complemento, permitindo que empresas avancem em um ritmo ainda mais acelerado em suas metas de sustentabilidade. Empresas que utilizam créditos de carbono conseguem, em média, descarbonizar o dobro mais rápido do que aquelas que não utilizam essa ferramenta.

 

O mercado voluntário, no entanto, ainda é modesto em comparação com outros setores econômicos. Em 2023, o valor global desse mercado foi estimado em US$ 2,4 bilhões, o que representa uma fração do tamanho de indústrias como a de chicletes, para se ter uma ideia de escala. Isso desmistifica a noção de que o MVC tem um impacto econômico desproporcional ou que seria uma solução fácil para o problema das mudanças climáticas. Na verdade, sua atuação é complementar e ainda bastante limitada em termos de alcance global.

 

Vale ressaltar que nem todas as empresas compram créditos de carbono exclusivamente com a intenção de compensar suas emissões. Em muitos casos, as corporações optam por adquirir esses créditos como uma forma de apoiar financeiramente projetos que ajudam a remover ou evitar a emissão de gases de efeito estufa. Dessa maneira, elas participam ativamente de iniciativas que buscam equilibrar os níveis de carbono na atmosfera, ampliando seus impactos positivos para além de suas próprias operações.

 

Empresas que participam desse mercado, de maneira geral, seguem a abordagem conhecida como "Reduzir e Investir". Esse modelo sugere que, além de focarem em reduzir suas próprias emissões, essas companhias também investem em projetos que combatem diretamente o aquecimento global. Assim, o MVC se posiciona como uma peça importante na engrenagem da transição para uma economia de baixo carbono.

 

Embora o Mercado Voluntário de Carbono continue a enfrentar acusações de "greenwashing", uma análise mais aprofundada revela que ele tem um papel legítimo e relevante na luta contra as mudanças climáticas. Ao invés de ser uma solução de fachada, o MVC proporciona uma plataforma para que empresas invistam em ações climáticas, contribuindo de forma significativa para a preservação ambiental e para a mitigação dos efeitos do aquecimento global.

 

Entre as empresas que se destacam nesse cenário está a Amazon Connection Carbon (ACC), uma organização comprometida com a sustentabilidade na Amazônia. Ao apoiar iniciativas que visam a redução e compensação de gases de efeito estufa, a Amazon Connection Carbon demonstra que o Mercado Voluntário de Carbono pode ser um poderoso aliado na luta contra as mudanças climáticas, trazendo soluções que conectam a preservação da Amazônia ao resto do mundo.

 

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