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Como o Brasil se tornou potência global no mercado de carbono

  • Foto do escritor: Amazon Connection Carbon
    Amazon Connection Carbon
  • 9 de ago.
  • 3 min de leitura

No início da década de 2010, o Brasil vivia o ponto de partida de uma revolução silenciosa. Em 2011, o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) foi instituído pelo Decreto nº 7.390/2010, vinculando o setor agropecuário à agenda climática. Logo em seguida, análises lideradas pelo LAPIG/UFG (Laboratório de Processamento de Imagens Geográficas, na Universidade Federal de Goiás) revelaram que o país abrigava 171,6 milhões de hectares de pastagens, dos quais 20% estavam em degradação severa e 40% em estado intermediário. Essas áreas degradadas equivalem quase à totalidade do Reino Unido, o que chamou atenção para a oportunidade de recuperação ambiental.


Na mesma linha, a Embrapa, em pesquisa publicada em fevereiro de 2024 na revista Land, consolidou o diagnóstico: 28 milhões de hectares com potencial para integração lavoura-pecuária-floresta ou conversão sustentável. Dessas, 10,5 milhões de hectares eram de degradação severa e 17,5 milhões de graus intermediário, sobretudo nos estados de MT, GO, MS, MG e PA.


Consolidação de políticas públicas


As descobertas científicas reforçaram a necessidade do Plano ABC, cujas metas envolviam recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas. O LAPIG/UFG apresentou resultados surpreendentes: entre 2010 e 2018, 26,8 milhões de hectares foram regenerados, superando amplamente os objetivos. A ação foi mais intensa no Cerrado e Sul, com redução da degradação severa de 34,3% para 25,2%, num panorama de estímulo de crédito e assistência técnica.

Logo após, em 2020, o Plano ABC ganhou continuidade com o ABC+, estendendo os instrumentos climáticos até 2030 e mantendo o foco na recomposição ambiental – incluindo RPPNs, sistemas agroflorestais e integração lavoura-pecuária-floresta.


Panorama florestal e regularização fundiária


Também foi nesse período que a UFMG, via seu Centro de Sensoriamento Remoto, focou no Código Florestal (Lei 12.651/2012). O 3º Panorama do Código Florestal (dez/2024) consolidou: 95 milhões de hectares aguardavam recuperação ou monetização, sendo 74 milhões em excedentes de Reserva Legal e 21 milhões com déficit — incluindo 16 a 19 milhões ha de RL e 3 a 3,4 milhões de APP. Essa base foi crucial para o avanço em projetos de compensação por serviços ambientais, como CRAs.


Enquanto isso, pesquisadores da UFG projetavam o ganho estimado em carbono: a recuperação de pastagens poderia aumentar o estoque de carbono no solo do Cerrado em até 70 milhões de toneladas entre 2025 e 2030, como apurado por estudos do Núcleo de Pastagem (PPGEO/CIAMB).


Com bases consolidadas, o Brasil passou a figurar com protagonismo global. O ICC Brasil, afiliado à ICC Internacional, estimou que o país poderia suprir 48,7% da demanda global por créditos de carbono até 2030—quase metade do total mundial, frente aos atuais 22,8%. Esse cenário fortaleceu o papel brasileiro no mercado voluntário, especialmente na Amazônia Legal, onde projetos REDD+ se multiplicam .

Em paralelo, o uso do CAR acelerou, e o avanço em monitoramento permitiu maiores garantias de integridade dos créditos, criando ambiente propício à atração de investimentos.


Modelagem territorial e Vanguarda da Ciência


Universidades federais foram pilares fundamentais. Na UFMG, os pesquisadores criaram modelos territoriais que orientam a aplicação do Código Florestal e políticas públicas, permitindo projeções acuradas de uso da terra e emissão de gases de efeito estufa . Já na UFG, cruzamentos entre imagens de satélite, testes de solo e monitoramento de campo reforçaram o potencial de sequestro de carbono.

O marco prático dessa trajetória emergiu em projetos REDD+ de alta integridade e são milhões de créditos AFOLU, que unem conservação da biodiversidade com geração de renda para comunidades locais. Onde famílias são beneficiadas, espécies protegidas, e milhares de hectares preservados, alavancando a justiça ambiental e inclusão, consolidando o Brasil como potência internacional no setor.


Próximos passos


A trajetória do Brasil no mercado de carbono é uma narrativa de ciência aplicada, políticas inovadoras e resultados concretos. Parte desse sucesso se apoia em instituições federais como UFG, UFMG e Embrapa, que formaram a base sólida para uma virada verde. O país já é protagonista global — e ainda tem muito a crescer.

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Fontes:

  1. LAPIG/UFG e Plano ABC: recuperação de 26,8 M ha em 2010–2018 (jornal.ufg.br

  2. Embrapa & LAPIG/UFG: 28 M ha com potencial de restauração (canalrural.com.br

  3. UFMG/Código Florestal: 95 M ha aguardam ação, com RL e APP (ufmg.br)

  4. Projeção de sequestro de carbono: até 70 Mt CO₂ no Cerrado até 2030 (UFG/CIAMB) (pos.ufg.br)

  5. Plano ABC e ABC+: instituições, metas e continuidade (Wikipedia) (pt.wikipedia.org

  6. Modelagem ambiental e política pública (UFMG/Soares-Filho) (ufmg.br)

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