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Amazônia: Educação Ambiental e a Escuta ativa

  • Foto do escritor: Amazon Connection Carbon
    Amazon Connection Carbon
  • há 5 dias
  • 3 min de leitura

A Amazônia, lar de 28 milhões de pessoas, enfrenta uma crise educacional agravada por desastres climáticos e desigualdades estruturais. Em 2024, enchentes no Rio Grande do Sul interromperam as aulas de 1,17 milhão de estudantes, deixando 6,9 mil sem acesso à educação meses após o desastre (UNICEF, 2024). No Pará, 45% da população vive abaixo da linha da pobreza (FAPESPA, 2024), e apenas 9% do PIB da Amazônia Legal é reinvestido localmente, perpetuando a falta de infraestrutura escolar em áreas isoladas (IBGE, 2024 | WRI BRASIL, 2023). A educação ambiental surge como ferramenta de empoderamento. Em comunidades ribeirinhas, projetos financiados por créditos de carbono podem capacitar jovens em técnicas de monitoramento e manejo sustentável, integrando saberes tradicionais e científicos.


Créditos de Carbono: Financiando Educação e Inclusão

O mercado de carbono tem se mostrado vital para reduzir desigualdades (Governo Federal), a Lei 15.042/2024 assegura que 50 % dos créditos gerados em terras indígenas e 70 % em projetos de conservação sejam repassados diretamente às comunidades para investimentos em educação e saúde (Câmara dos Deputados). A referida lei foi publicada no Diário Oficial da União – Seção 1, em 12 de dezembro de 2024 (p. 4) (Câmara dos Deputados).


Além disso, programas vinculam a permanência de estudantes na escola à conservação florestal: 800 famílias recebem apoio financeiro condicionado à frequência escolar de suas crianças (Portal do MEC). Com a aplicação da Consulta Livre, Prévia e Informada (CLPI), prevista na Convenção 169 da OIT, é garantido esse direito a todas as comunidades tradicionais presentes no Brasil que necessitam de apoio educacional (Especial CLPI). Desde 2009 a Convenção 169 está em vigor no ordenamento brasileiro, por meio do Decreto nº 10.088/2009 .




O Brasil ainda convive com lacunas históricas: apenas 2,5 % das escolas (3,4 mil unidades) não têm energia elétrica (Agencia Nacional de Telecomunicações), e 29 % das públicas possuem apenas um dispositivo tecnológico para cada dez alunos (CGI.br). No Pará, 32,3 % dos domicílios rurais carecem de acesso à água potável (IBGETrata Brasil), impactando diretamente a saúde e a frequência escolar. O Plano Nacional de Educação (2014–2024) falhou em 90 % de seus dispositivos, incluindo a universalização da creche, deixando cerca de 900 mil matrículas abaixo da meta estabelecida (Balanço do PNE 2024). Propostas recentes, como a ampliação da carga horária para 3 000 horas no ensino médio, enfrentam críticas por priorizar quantidade em detrimento da qualidade pedagógica (Câmara dos Deputados).


COP30 e o Futuro: Educação e Justiça Climática


A COP 30, em Belém, de 10 a 21 de novembro de 2025, será um marco para pressionar por políticas integradas (UNFCCC, 2025). Entre as propostas está a vinculação de 30 % dos recursos de créditos de carbono a fundos educacionais geridos por conselhos locais (Carta da Presidência Brasileira, 10 Mar 2025). A integração de saberes tradicionais aos currículos escolares também é defendida como estratégia para formar cidadãos críticos e ambientalmente conscientes (UNESCO UIL, 17 Abr 2025).


A crise educacional na Amazônia reflete décadas de negligência institucional (UNESCO Framework for Culture and Arts Education, 2024), mas projetos inovadores mostram caminhos possíveis. Créditos de carbono, aliados à escuta ativa e à educação ambiental, podem financiar escolas, capacitar professores e reduzir desigualdades. A Lei 15.042/2024, que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa, estabelece as bases para um mercado regulado de carbono no Brasil (Governo Federal, 12 Dez 2024), e a COP 30 é uma oportunidade histórica para garantir que a floresta — e seus povos — sejam protagonistas de um futuro sustentável. Gostou do conteúdo?

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