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Cerrado e Agricultura Regenerativa: Uma Oportunidade Bilionária

  • Foto do escritor: Amazon Connection Carbon
    Amazon Connection Carbon
  • 7 de jun.
  • 3 min de leitura

O Cerrado, bioma que abriga 30% da biodiversidade mundial e responde por 55% da produção agrícola primária do Brasil, está no centro de uma transformação econômica e ambiental. Um estudo recente projetou que a adoção de práticas regenerativas no bioma pode gerar U$100 bilhões em retorno aos produtores até  2050, e adicionar U$20 bilhões anuais ao PIB brasileiro. Mas essa revolução verde depende de um investimento inicial de US$ 55 bilhões, aliado a políticas públicas robustas e mecanismos financeiros inovadores — como os créditos de carbono — para viabilizar a transição.


O Cerrado: Entre o Passado Produtivo e o Futuro Sustentável 

Historicamente, o Cerrado foi convertido em um dos principais polos agrícolas do país, com 95 milhões de hectares transformados em pastagens e cultivos — área equivalente a duas vezes o território da Espanha. Esse desenvolvimento, porém, trouxe custos ambientais elevados: emissões de CO₂ superiores às do setor industrial, degradação de 23,7 milhões de hectares de pastagens e risco de extinção para centenas de espécies.A boa notícia é que 32,3 milhões de hectares ainda podem ser recuperados ou intensificados com técnicas regenerativas, como:


  1. Plantio direto (que preserva o solo e reduz emissões).

  2. Sistemas integrados (lavoura-pecuária-floresta).

  3. Bioinsumos e gestão hídrica eficiente.


Essas práticas não apenas aumentam a produtividade em até 60% para culturas como soja e carne bovina, mas também sequestram carbono, criando uma sinergia entre lucratividade e sustentabilidade.



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Os Desafios da Transição: Financiamento e Tempo 


A adoção de modelos regenerativos enfrenta três barreiras principais:


  • Custo inicial elevado: A conversão de pastagens degradadas para sistemas regenerativos exige até US$ 2,3 mil por hectare.

  • Retorno a longo prazo: O fluxo de caixa positivo só surge após 4 a 10 anos, dependendo do tipo de transição.

  • Falta de assistência técnica: Pequenos produtores carecem de apoio para implementar tecnologias já disponíveis, como recuperação de solos e manejo integrado.


Para superar esses obstáculos, o estudo sugere um mix de financiamento:

  • 48% de crédito subsidiado (via programas governamentais).

  • 43% de crédito comercial (bancos e instituições financeiras).

  • 9% de capital filantrópico ou concessional (para reduzir riscos).


Créditos de Carbono: Uma Alavanca Financeira para a Regeneração

É aqui que os projetos de crédito de carbono emergem como peça-chave. Ao adotar práticas regenerativas, os produtores não apenas melhoram a resiliência de suas terras, mas também geram créditos certificados por sequestro de CO₂. Esses créditos podem ser comercializados em mercados voluntários ou regulados, proporcionando uma fonte adicional de renda que compensa os custos iniciais da transição.


Como funciona na prática?

  • Monitoramento e verificação: Sistemas de MRV (Monitoramento, Relato e Verificação) rastreiam o carbono armazenado no solo e na vegetação, garantindo transparência e credibilidade.

  • Pagamento por serviços ambientais: Produtores recebem incentivos financeiros diretos por conservar áreas naturais e restaurar ecossistemas.

  • Atração de investidores: Empresas globais comprometidas com neutralidade de carbono buscam parcerias em regiões como o Cerrado, onde projetos de larga escala têm impacto mensurável.


Estima-se que a regeneração do Cerrado possa mitigar 140 milhões de toneladas de CO₂ equivalente até 2050 — volume equivalente às emissões anuais de 30 milhões de carros.


O Caminho para 2050: Políticas Públicas e Inovação 


A aceleração dessa agenda exige uma governança integrada:


  • Modernização do Cadastro Ambiental Rural (CAR): Para garantir rastreabilidade e acesso a financiamento.

  • Expansão de programas como o Plano ABC+: Que já subsidia práticas de baixo carbono.

  • Incentivos fiscais: Para empresas que investirem em projetos de regeneração vinculados a créditos de carbono.


Além disso, a COP30, sediada em Belém em 2025, deve reforçar o papel do Brasil como líder global em soluções baseadas na natureza, incluindo a agricultura regenerativa como estratégia climática.


O Cerrado como Modelo para o Mundo


A transformação do Cerrado não é apenas uma oportunidade econômica, mas um imperativo climático. Com investimentos direcionados, políticas assertivas e a integração de créditos de carbono, o bioma pode se tornar um exemplo global de como conciliar produção agrícola e conservação.


Para a Amazon Connection Carbon, sediada na porta da Amazônia, projetos no Cerrado representam uma fronteira estratégica. Ao desenvolver iniciativas que unem tecnologia, financiamento climático e conhecimento local, contribuímos para um futuro onde a agricultura não apenas alimenta o mundo, mas também protege o planeta.


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Referências


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