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Mosaicos de Conservação Amazônica: Gestão Florestal Integrada e Oportunidades de Crédito de Carbono

  • Foto do escritor: Amazon Connection Carbon
    Amazon Connection Carbon
  • 25 de out.
  • 3 min de leitura

O Brasil abriga um patrimônio ambiental sem paralelo. Entre rios, florestas e ecossistemas únicos, despontam 27 mosaicos de unidades de conservação, formados por conselhos que integram comunidades locais, povos tradicionais e gestores de diferentes esferas de governo. Esses mosaicos têm papel estratégico: tornam a gestão de áreas protegidas mais eficiente, ampliam o alcance da fiscalização e fortalecem o protagonismo de quem vive nas florestas.


A dimensão territorial impressiona. Cerca de 40% do território nacional é composto por florestas públicas — uma área superior à da Índia. Dentro dessa vasta extensão, os mosaicos atuam como corredores ecológicos e sociais que conectam territórios, populações e políticas públicas em prol da conservação.


No coração da Amazônia, o Mosaico do Baixo Rio Negro é um dos exemplos mais expressivos dessa integração. Criado entre 1980 e 2018, o conjunto reúne 14 unidades de conservação, distribuídas por uma área superior à da Irlanda. Ali, o conselho gestor reúne representantes de comunidades ribeirinhas, povos indígenas e órgãos ambientais, coordenando ações de restauração da vegetação, manejo sustentável e combate a invasões. A estrutura de governança fortalece a proteção do bioma e, simultaneamente, promove geração de renda por meio de atividades sustentáveis e do turismo de base comunitária.


A criação formal dos mosaicos foi estabelecida pela Portaria nº 482/2010 do Ministério do Meio Ambiente, que definiu os procedimentos para reconhecimento e os conselhos consultivos. Cada mosaico tem a função de compatibilizar diferentes usos do território, integrar esforços de conservação, pesquisa e turismo, e articular políticas públicas ambientais.


Governança e desafios

Os mosaicos representam uma das experiências mais bem-sucedidas de gestão participativa da natureza no Brasil. Os conselhos, compostos por representantes de comunidades, órgãos ambientais e instituições de pesquisa, são espaços de aprendizado coletivo. Além de facilitar o acesso a recursos de financiamento e fortalecer a fiscalização contra atividades ilegais, promovem a valorização do conhecimento tradicional e a formação de lideranças locais.


Contudo, os desafios são proporcionais à grandeza do território. A sustentabilidade financeira dos mosaicos ainda é um obstáculo: fundos e programas de apoio, embora importantes, são insuficientes para atender a toda a demanda de conservação e inclusão social. Somam-se a isso as pressões políticas para flexibilizar leis ambientais e as ameaças constantes ao orçamento público destinado à proteção de áreas naturais.


Ainda assim, os mosaicos continuam inovando em governança. O diálogo intercultural entre comunidades, pesquisadores e gestores públicos cria uma rede de inteligência coletiva. Essa interação gera soluções práticas para o uso sustentável da terra, restauração de florestas e desenvolvimento de atividades econômicas alinhadas à economia verde.


O olhar voltado à COP30

A COP30, que será realizada em Belém (PA) entre 10 e 21 de novembro de 2025, representa uma oportunidade histórica. Pela primeira vez, a Amazônia receberá a principal conferência global sobre mudanças climáticas, colocando o bioma no centro das discussões sobre o futuro da sustentabilidade.


Espera-se que a experiência dos mosaicos brasileiros sirva de modelo para novas políticas internacionais de conservação e mitigação. Ao demonstrar que é possível unir proteção ambiental, desenvolvimento regional e justiça climática, os mosaicos podem inspirar metas mais ambiciosas de restauração florestal e estratégias de financiamento climático baseadas em resultados locais.


A integração entre comunidades e governos, somada à valorização dos créditos de carbono e de mecanismos de pagamento por serviços ambientais, reforça o potencial de uma governança verdadeiramente sustentável. Iniciativas como as conduzidas pela Amazon Connection Carbon (ACC) — empresa sediada em Belém e especializada em soluções de neutralização de carbono — mostram que é possível conectar conservação e economia de forma ética, mensurável e de impacto global.


Referências

  • Portaria n° 482, de 14 de dezembro de 2010 — Ministério do Meio Ambiente (MMA).

  • ICMBio — Mosaicos e Corredores Ecológicos (Serviços e Informações do Brasil).

  • ((o))eco. Florestas públicas somam 40% do território brasileiro. 27 jun. 2025.

  • ((o))eco. Até 2025, 27 mosaicos em operação no Brasil. 27 jun. 2025.

  • ((o))eco. Mosaico do Baixo Rio Negro: 14 UCs, área maior que a Irlanda. 27 jun. 2025.

  • UNFCCC. COP30 em Belém, 10–21 nov 2025.

  • Amazon Connection Carbon. Soluções de Neutralização e Créditos de Carbono. Belém, 2025.

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